quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sou um rascunho de um poema

"Sou um rascunho de um poema não terminado”. Ninguém quis ler, por ser um pouco indecifrável e enjoativo. Sou um erro em meio a tantos acertos, sou a mesmice em meio a tantos acontecimentos. Sou o que muitos interpretam de maneira errada, nada lógica e injusta comigo mesmo. Sou também um risco na mesa de bar retratando um chamado por efeitos, mudanças e sorrisos não esperados. Sou o horizonte e ao mesmo tempo multidão. Apenas mais um verso perdido á procura de motivos para ser finalizado e por fim se cansa e começa a se escrever sozinho, marcar presença e até buscar por mais plenitude. Se for por imaginar, o destino abriga um corpo de alma leve que possui o dom de organizar nossa trajetória, o que deu errado, o que virá a dar certo e o que já se foi a muito tempo. Mas de certa forma tornou-se eterno. Ao escrever minha história pelo jeito sua mão tremia, sua alma vazia estava sem tempo para reinventar novas idéias para serem ocorridas de maneira sucedida. Pelo jeito pretendia, passar a limpo outro dia e no outro se esqueceu e no outro deixou de lado, deixou pra depois o que diria ter mentalizado momento por momento, detalhe por detalhe na cabeça. Deixou estar, e assim ficou tudo imóvel e inovável. Eu fiquei e não variei a rotina, não mudei um “tantinho” mais aqueles dias monótonos e tão sem existências. Assim como um verso interminável, tentarei uma ou mais duas vezes e o erro será sempre o mesmo, aquela linha torta custará a ser visível no canto de papel usado e será sempre imprestável, sempre substituível por um novo e novamente traçado marcado e tentado cumprir seu definitivo objetivo. A folha já está fraca de tanto a borracha apagar aqueles múrmuros em busca de um auto desabafo mergulhando em poesias, esquecendo um pouco dessa doida realidade. Estando preparada pra algo mais, mais intenso, bem ou mal. Minhas forças não poderão ser poucas, pois há de vir ainda muitas pedras em meu caminho e muita gente para me derrubar. Ainda serei algo muito critico, uma poeta na mesa de bar, tomando um porre de alguma coisa para esquecer um pouco daquelas tuas neuras tão absurdas que insistem em te atormentar. Porém, ninguém entende e custarei a confirmar-os versos é que me mantém viva-viva-, em busca de algo mais, algo que não se torne contraditório a minha tão difícil mas, não impossível felicidade e rotulada por essa sociedade “hipócrita” serei sempre a louca, buscando por um refúgio inimaginável, versos localizados e descritos á cada dor, a cada vivência sucedida ou mal acabada. Mas, se olhar nos meus olhos terá uma leve visão de quem realmente sou, não só aquela garota birrenta e irritada até mesmo com um sorriso estampado no rosto de quem felicidade tinha. Não sou aquela rotulada por vários nomes idiotas que para tantos não passa de qualquer uma. Eu tenho sentimentos e por muitas vezes descreve-los e me mostrar frágil acabam me derrotando por milimetricamente saber meus pontos fracos. Entretanto, se olhar no meu interior encontrará meu coração surrado, esfolado, cansado de apanhar mais está ali batendo, sobrevivendo, me mantendo em pé para provar de todos que duvidaram de mim que depois das chicotadas sempre vem a vitória, a guerra cessada e a calmaria. Sou tantas coisas apenas em uma alma. Sou um quebra cabeças de mil peças, metade delas um tantos gastas, muitos jogaram a maioria desistiu e preferiu um jogo mais fácil por não terem capacidade de vencer esse meu jeito de difícil e complicada. Complicada a raiz quadrada de 5, vezes 3 elevado ao cubo, talvez até o sêxtuplo. Sou a hipotenusa da vida elevada ao cubo, mas a soma dos quadrados do catetos-daquele teorema de pitágoras-que será sempre igual á nenhum resultado. Sou o perímetro do que restou do passado, das coisas boas já acontecidas e das mágoas já canceladas. Sou tudo isso e ao mesmo tempo não sou nada. O meu olhar camuflado e distante está longe de esconder quem realmente sou, o que vivi e senti em diferentes profundidades até chegar a esse tanto de maturidade, e por falta dela. Por muito tempo fui uma tola, busquei em seres falsos a sinceridade e acabei tomando uma ducha de falsidade. Me entreguei para a vida e em troca ela quis mais de mim, e cada dia era mais cobranças, mais tapas na cara e desafetos. Fui procurar amor e acabei encontrando um sorriso de um otário. E do amor transformou-se em desgosto, do desgosto desilusão e por aí lágrimas não adiantaram e interrompidas tornaram-se textos, único alivio encontrado e jamais largado. Reunião de palavras e diálogos jogados foras,foram resgatados e delineados como histórias, cada qual com um final diferente e por vez não pendentes como lá atrás, agora estamos em frente e algo novo é algo não visto que se tornará encanto para muitos olhares tristonhos tentando encontrar palavras que se encaixam com seu estado de espirito, acumulo de sentimentos variados. Quem será a pessoa fora de sua sã consciência que vai dizer que sou um papel útil nesse espetáculo da vida? Quem vai ser aquele que irá me contar o final desse livro da vida e ainda me forçar a ler o resto dela? Quem vai tentar me obrigar a mudar meu jeito de pensar, e dizer que eu deveria parar de escrever só para parecer normal? Ninguém. Minhas palavras podem se resumir a um torpedo de celular ou um pedaço de papel meio rasgado depressa. Podem se resumir ao um sussurro por socorro, ou apenas em um pedido por afeto. Jamais alguém entenderá muito menos eu irei saber o motivo, pois minha vida tão vadia jamais me ensinou a viver, sem manual eu me virei e vim a ser hoje para muitos apenas uma bola de papel no meio de tantas no lixo. Antagonizei com muitas pessoas por muitas marcarem e poucas ficarem. Me enlevei de ser só e sobrevivo sentada numa mesa, cultivando pensamentos e questionando absolutamente tudo.

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